segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vantagens do egoísmo

O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Apesar da afirmação já ser clichê em todo planeta, pois o mercado está cada vez mais competitivo desde que se criou o conceito, a verdade é essa. Todos os dias milhares de currículos circulam nas latas de lixos de grandes, médias, pequenas e micro empresas.

Há poucos dias uma pesquisa revelou que o índice de trabalhadores com carteira assinada vem crescendo e que nunca esteve tão alta desde a década de 1980. Ou seja, naquela época, venhamos e convenhamos, as estatísticas eram bem fajutas, se é que me entendem...

A classe média também cresceu assustadoramente. O problema é que para fazer parte da classe média é considerada uma renda entre R$1.100 e R$4.100, para arredondar um pouco. Da minha parte, que faço parte da primeira metade da classe média, se assim podemos dizer, não há tantas vantagens em se fazer parte do índice.

A classe média da “primeira metade” – me referindo àqueles que não alcançaram a dádiva de declarar imposto de renda, hehe – está cada dia mais afogada. Consumindo o que a segunda metade consome sem conseguir pagar por isso, se atolando em cartões de crédito, pagando juros exorbitantes, insanos e até indecentes.

Então. Voltando ao conceito de mercado de trabalho cada vez mais competitivo, vemos que a saturação de determinadas profissões, antes consideradas de elite, como direito e odontologia, deixam seus estudantes cada vez mais frustrados, não pela falta de mercado, mas pelo excesso de pais que sonharam as profissões dos filhos.

Esta medíocre cronista nada tem contra tais ofícios, muito pelo contrário. Atento, simplesmente, para o fato de que há postos de trabalho sobrando para atividades consideradas menos nobres, mas que requerem mão-de-obra especializada, como os técnicos.

Todas essas observações foram, simplesmente, uma prova de que mente vazia é oficina do diabo. O que há de importante no mercado de trabalho estar cada vez mais competitivo é que cada vez mais pessoas vão se interessar em fazer parte dele, em ganhar espaço, em estar em evidência.

Enquanto cada um investe em si para compor esse mercado de trabalho cada vez mais competitivo, mais capazes se tornam as pessoas, mais ativa a sociedade, mais justa a distribuição de renda, mais felizes todos os seres.

Portanto, antes de se preocupar com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, invistam em si, no desenvolvimento das capacidades individuais, sejam profissionais ou pessoais. Todo o mundo, literalmente, sai ganhando quando pensamos mais em nós mesmos.

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