quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Transmito

No lançamento de um livro em que estive ontem, quarta-feira, em plena Alameda Lorena, no caminho para o Pacaembu, em que o bendito jogo decisivo do Corinthians aconteceria - e aconteceu com derrota para os coitados -, ouvi algo que me chamou atenção. A médica hematologista, e agora poetisa, Karin Schimidt, lançava o livro "Sangue Quente", com poesias que misturam muita emoção, sensibildiade e hematologia.
Bastante interessante o livro, mas o que me chamou atenção foi ela ter dito que qualquer pessoa pode fazer versos, uma vez que não conversamos em prosa, e sim, em versos, e é assim que me sinto. Capaz de escrever versos, mesmo que não poéticos, mesmo que sem rima, mas que exprimam o que quero dizer...
Sequer sei em que estilam se encaixam, sei que se encaixam ao que necessito... transmitir....

Ontem

O dia já começou quente.
Jimmy Jimmy latindo e chamando,
despertador em bip bip desenfreado,
noite mal dormida pensando no hoje que ontem que era amanhã.

Levanto e ligo o rádio.
Notícias que interessam,
notícias que nem tanto,
inutilidades transformadas em manchete.

Para que saber essas coisas?
Para comentar logo mais no trabalho,
ter um papo com um outro paspalho,
fingindo que o interesse é mútuo quando não vem de nenhum dos lados.

O stress nasce com o sol.
Nasce?
Renasce?
Inventamos mais um nome pras bestagens.

Ai que saudades....

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A utilidade do ser liberto e criativo

Melhor seria se um domador inerente a nós mesmos guiasse nossa conduta, mostrando o caminho mais fácil para as realizações, uma vez que tentar e errar, tentar e errar, tentar e errar é característica própria do ser humano bobo.

Se fôssemos ensinados e condicionados a agir de determinadas formas, para agradar determinadas pessoas, a fim de uma unidade quanto a determinados comportamentos seria tão mais fácil.

Pensar dá trabalho, cansa e frustra. Nunca sabemos o que é certo, nunca sabemos o que é errado. É angustiante. E a necessidade de pensar em certo e errado, correto e incorreto, fazer ou não fazer devia depender única e exclusivamente de situações pré-determinadas.

Ao sermos domados, como um animal selvagem, que nada sabe e apenas repete o que lhe é (im) posto, evitamos traumas, dores, aflições, questionamentos inumeráveis e indizíveis.

Poupar escolhas devia ser uma regra. Fazer apenas aquilo para o que fomos programados; encher-nos de informações úteis para o dia-a-dia sem sequer observar outras realidades.

Sermos condicionados sem condições, sem poréns, apenas comandos executáveis e correspondência a um sinal já estabelecido. Que maravilha! Sem livre arbítrio, sem múltipla escolha, sem muitas explicações, sem sentido mesmo. Executar o comando. Ponto.

Como ser inteligente que é o humano, não necessitaria chicote, choque ou chinelada. Domados pela simples pré-disposição a ser domado. Simples, insípido, inodoro, incolor. Importante que seja insípido, inodoro e incolor. Essas coisas trazem muitas lembranças e para quê servem as lembranças, a não ser para o despertar de sentimentos que nos tomam de assalto e nos levam até o fôlego, roubando-nos a quietude.

Domados sim e bem domados, de forma a apenas obedecer o dito e estabelecido, esquecendo inúteis intuições e instintos, que também não servem para nada além de colocar-nos em ciladas e inseguranças.

Quer saber? Esqueçam. Finjam que nada disse. Finjam que nem estou aqui. Finjam que nunca existi. E jamais – prometam – jamais voltarão a ler tais absurdos, que apenas estão impressos em defesa da LIBERDADE e da CRIATIVIDADE.

Escrevo


Àquele que acorda com espírito de recomeço
Àquele que não nega uma gargalhada das mais gostosas
Àquele er rante, que tro peça a ca da quar teirão e mal sa be a for ça que tem
Àquele que se vê em intempéries e agradece a oportunidade de crescer
Àquele que entende que ser pequeno é só uma fase

Àquele que é mais músicas que filmes
Àquele que é mais histórias que poemas
Àquele poeta, que inda num sabe iscrevê, mas sente com intensidade única
Àquele que não tem medo de ter medo
Àquele que sabe o que quer, mas não se importa em começar logo

Àquele que faz de tudo
Àquele que tenta de tudo
Àquele lOUcO, qUE EnfrEntA A vIdA dE frEntE E se importa apenas com os que lhe são importantes
Àquele que venera o surreal
Àquele que clama pelo natural

Àquele que tem pretensões
Àquele que tem ambições
Àquele l
a
r
g
a
d
o
Àquele que faz um passo de cada vez
Àquele que leva o mundo nas costas

Equilíbrio para que?
Sensatez para que?
Organização para que?
Informação para que?
Para quem?

Quem?!?

Em defesa de um bom nome

Apesar de ser um assunto ao qual sempre estive às voltas, nunca pensei em defender meu nome usando a escrita. Talvez porque as formas esdrúxulas e escalafobéticas com as quais já tive meu nome representado num papel tenham me trazido certo asco em reproduzi-las.

Por outro lado, já me irritei bastante ao ter que soletrar e soletrar e soletrar algo imperceptível na fala, o tal do Y em meio às demais letras. LarYssa. Agora me digam: como não enxergar um Y deste tamanho no meio do meu nome... milimetricamente calculado para posicionar-se entre as três primeiras letras e as três últimas letras. Sete, um número perfeito, com um Y perfeito, formando um nome perfeito, quase exclusivo, visto que no orkut encontrei umas poucas com mães de bom gosto tão apurado.

Se apenas trocassem o Y por I,- uma aberração, mas uma aberração aceitável - tudo bem, mas por duas vezes, das quais jamais esquecerei, escreveram meu nome com I, RR, Ç... resultando em algo que recuso-me a escrever com minhas próprias mãos, vilipendiando o nome que mamãe escolheu com tanto carinho, vendo um filme de época. E lá estava o Y, mais tarde compondo toda a família, completada por Mayara e por Thaysa, ambos com Y. Algumas mães têm critérios na escolha de nome de irmãos, o da minha foi ter o Y como marca registrada.

Irritar-me com as mudanças involuntárias, por ignorância mesmo, do meu nome já deixaram de ser um problema em minha vida. Não sei se porque me resignei mesmo, ou se tenho sido mais enfática ao soletrar, causando até, quem sabe, um medo por parte de quem é repreendido. Não sei.

Mas há casos em que mesmo que eu soletre L-A-R-Y-S-S-A, a pessoa fica meio sem jeito, sem saber onde colocar o tal do Y, e pergunta se é no início, se é no fim, se é depois do A, depois de que A, L-H-A. Inclusive, é mais comum do que imaginam, eu digo Y e eles tacam um H. Tudo a ver.

Voltando ao irritar-me, chegou um ponto em que eu não podia mais, porque virou bagunça. O pessoal na faculdade fazia questão de criar oportunidades em que poderiam colocar meu nome com um I enooooooorme no meio. Eles queriam chatear, mas o efeito foi contrário, pois consegui que todos soubessem escrever meu nome direito. O que foi uma vitória, pois a maioria das pessoas não faz idéia de que o meu Laryssa é com Y. Acabei me sentindo bastante importante, confesso.

Apesar de amar o meu nome com toda a paixão que um nome pode despertar, já me decidi: terei filhos um dia e nenhum deles terá nome com letras passíveis de troca. Aí é que vêm os problemas – sempre que penso em um nome ele pode ter duas escritas. Raphael e Rafael, Manoel e Manuel, Ariel ainda não tem duas escritas, mas vai que querem enfiar um H antes. Também não quero João, José ou Antônio, já têm muitos por aí. Talvez eu opte por um diferente e simples ao mesmo tempo; Sol ou Lua soam bem.

Posso não ter controle sobre os possíveis traumas do meu ainda pseudo-filho, mas posso evitar que sinta a ira de ter seu nome estropiado. E farei.

Aos amigos

Queridos amigos e leitores, ontem foi um dia especial, concluí o meu curso de FormaçãoInicial de Escritores. Não que agora possam considerar-me uma escritora, mas foi um período especial para que alguns textos, antes impublicáveis, pudessem ser vistos com outros oulos; olhos de quem não tem mais medo de se expressar seja lá dizendo o que for. Então, leiam, divirtam-se, irritem-se com o que escrevo, mas digam, sinceramente, o que acham.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Começo hoje...

a partir de hoje me comprometo a escrever regularmente, seja que bobagem for, e ainda convidar meus amigos para que leiam, avaliem e digam...