segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sem preconceitos



Neste fim de semana fomos a um conceituado (leia-se ‘caro’) bar de pagode na Zona Norte de São Paulo. Um amigo insistiu muito e disse que nos divertiríamos a valer. Mesmo não acreditando na promessa, decidimos acompanhá-lo, uma vez que quem faz a balada somos nós a turma envolvida. Enfim, entramos, bebemos uma caipirinha e outra e mal ensaiávamos uns passinhos de pagode pelo contágio do ambiente, uma briga, no início localizada, chamou a atenção de todos.

Os participantes da dita briga estavam muito bem vestidos, claro, com aquelas correntes gigantes de ouro (ou não) penduradas no pescoço, blusa, calça e tênis das mais caras marcas do mercado. O que era uma rusga localizada começou a tomar conta do bar assim que a primeira cadeira voou por sobre os “do pagode”. Sem grandes danos, a cadeira de grossa madeira acertou a parede. Mal nos recuperamos da primeira cadeira voadora, lá vem a outra. Essa acertou o lustre, que imediatamente caiu soltando algumas faíscas de destruição. Ao cair a cadeira acerta uma das cabeças dos brigantes. Bem feito, pensei.

Logo garrafas voavam, mulheres choravam, mesas começam a virar arma e por aí vai.
No desespero, fui empurrada, contribuindo para a balbúrdia, mais no intuito de fugir dela do que de participar, afastei cadeiras e mesas e fui saindo pelo canto que me coube. Olha de um lado, olha de outro e não me acha. No rosto o desespero de quem perdeu a mulher no meio de uma briga. Na frente, uma cadeirada certeira no cucurute e sangue espirra para os lados. Ridículo.

A cena foi, no mínimo, grotesca. Pessoas tão bem vestidas e consideravelmente abastadas usando cadeiras como massas de gladiador. Sinceramente. Pulamos a cerca que nos separava da tranquila avenida e fomos embora. Todos foram embora. Restaram garrafas e copos pelo chão, cadeiras despedaçadas, mesas arrastadas e um prejú considerável para os proprietários, pois todos saíram sem pagar a conta.

Bem feito.

Em 26 anos de rock n’ roll, sinceramente, nunca presenciei uma briga tão cafona, estilo faroeste bagaceira, com cadeirada pra lá e chororô desesperado de mulheres de mini-shorts e salto alto, com o cabelo muito bem escovado, pra cá. Deprimente.
Ninguém pode me acusar de preconceito depois dessa. Faça-me o favor...

2 comentários:

Zéder disse...

hehehe

e além de tudo a foto é bem didática

:P

Anônimo disse...

é como eu digo: metal is the law!

=)