quarta-feira, 25 de junho de 2008

A dor cura

Estive pensando em fatos corriqueiros e como eles afetam nossa maneira de pensar, agir e sentir. Tudo que nos acontece está condicionado a uma lição? Tudo o que fazemos nos vai voltar em forma de punição ou recompensa?

Tá bom. Posso estar viajando bastante, mas a cada enxaqueca, da qual padeço há anos, volto pensando diferente.

Ontem foi um dia desses. Tédio total, descontentamento com o trabalho, com a vida em si. Pensamentos atordoados e falta de rumo, até que, de repente, não mais que de repente, minha cabeça começa a doer. Uma dor que conheço bem, mas que a cada explosão me derruba com mais força.

Horrível. Fora a dor, o que mais me mata é o fato de nem eu, nem ninguém, poder fazer alguma coisa. Dói muito. Dói de verdade. Enquanto espero - pois é a única coisa a fazer - o remédio decidir se vai agir ou não, penso o quanto é maravilhoso quando estou bem, quando consigo escrever, conversar, levantar a cabeça, andar, rir, raciocinar com clareza.

As tarefas mais simples se tornam deliciosas quando não posso executá-las.

Então, quando a maldita dor vai embora, levanto aliviada, cantarolando, agradecendo por cada grão de poeira que passa por mim e posso enxergar, por cada cãozinho que vejo na rua, por cada sorriso que consigo expressar, por cada virada rápida de cabeça. Banal. Ações banais que valorizo muito após uma crise.

Finalizando... acho que sim. Acredito que os percalços são necessários para darmos mais valor à VIDA, para prestarmos atenção noquanto somos especiais e no quanto nós, apenas nós, somos responsáveis pela forma com que vemos o mundo, o sofrimento, as alegrias e conquistas.

Nenhum comentário: