quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Cinza

A sensação é de desolamento. A única certeza do mundo agora foge pela janela aberta, e é substituída por um vento frio que preenche de vazio o coração. Agora a certeza é outra. A certeza agora é de que não existem belos campos floridos, em que o sol faz da sua presença indispensável a paisagem completa, emitindo cores e odores agradáveis, sensação de que Deus existe. Não. Essa alegria não está mais aqui. Agora é tudo cinza, sem sol, sem flores, sem cores ou odores. Cinza como os maus pensamentos que insistem em tornar. Cinza como a lembrança anuviada do que já foi sagrado e não mais o é. Cinza como mais uma manhã nublada, de fina garoa e rostos endurecidos pelo frio. Cinza como o cinza é. Nulo.

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