quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Morte por complicações médicas aumenta no SUS

Em 1998 foi registrada uma morte por complicações médicas ou cirúrgicas para cada 473 mortes contabilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2008, a proporção é de uma morte por complicações médicas a cada 147 óbitos. As complicações são consideradas uma causa de óbitos da Classificação Internacional de Doneças, assim como pneumonia ou acidente de moto, por exemplo. A categoria foi criada para contabilizar quando a causa da morte não foi a doença que levou o paciente ao hospital, como erros médicos.

De janeiro a agosto de 1998 os médicos informaram que 113 pessoas internadas pelo SUS em São Paulo morreram por causa de problemas no tratamento. No mesmo período deste ano, o número chegou a 440. Ao mesmo tempo, o total de internações que culminam em óbito aumentaram 21% nos últimos dez anos.

Apesar dos números parecerem elevados, o governo federal e especialistas, segundo reportagem publicada no Jornal da Tarde de 16 de novembro, consideram que os números estão subestimados, já que quem classifica a morte do paciente é o profissional de saúde que o atendeu. Por isso, a subinformação é considerada alta.

Já para o progrma de qualidade hospitalar da Agência Nacioinal de Vigilância Sanitária (Anvisa), há maior hospitalização da população. Antes o paciente morria em casa, agora morre de uma complicação hospitalar. Além disso, outra explicação para o aumento do número de óbitos por complicações médicas nos últimos dois anos se deve ao fato de que o Estado de São Paulo informatizou o sistema, o que leva a mais registros dos casos.

O fato é que a Anvisa está em uma cruzada mundial para reduzir os efeitos adversos em tratamentos médicos e cirúrgicos. Criado há cerca de seis anos, o projeto Sentinela mantém profissionais que acompanham 210 hospitais de ponta de todo o país com o objetivo de melhorar as práticas de atendimento e reduzir as falhas.

A Anvisa afirma que é possível reduzir os riscos com atitudes simples e de custo zero, como a elevação da cabeceira da cama de pacientes internados na UTI com respiração artificial, pois isso evitaria que secreções cheguem aos pulmões e causem, eventualmente, uma pneumonia que o leve à morte.

Toda a sociedade deve estar ciente de que a internação nem sempre é o melhor método. Hospitais cheios e médicos cansados não são uma boa receita. O SUS precisa de um diagnóstico rápido e de um tratamento que o traga de volta à vida.

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