Em 1998 foi registrada uma morte por complicações médicas ou cirúrgicas para cada 473 mortes contabilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2008, a proporção é de uma morte por complicações médicas a cada 147 óbitos. As complicações são consideradas uma causa de óbitos da Classificação Internacional de Doneças, assim como pneumonia ou acidente de moto, por exemplo. A categoria foi criada para contabilizar quando a causa da morte não foi a doença que levou o paciente ao hospital, como erros médicos.
De janeiro a agosto de 1998 os médicos informaram que 113 pessoas internadas pelo SUS em São Paulo morreram por causa de problemas no tratamento. No mesmo período deste ano, o número chegou a 440. Ao mesmo tempo, o total de internações que culminam em óbito aumentaram 21% nos últimos dez anos.
Apesar dos números parecerem elevados, o governo federal e especialistas, segundo reportagem publicada no Jornal da Tarde de 16 de novembro, consideram que os números estão subestimados, já que quem classifica a morte do paciente é o profissional de saúde que o atendeu. Por isso, a subinformação é considerada alta.
Já para o progrma de qualidade hospitalar da Agência Nacioinal de Vigilância Sanitária (Anvisa), há maior hospitalização da população. Antes o paciente morria em casa, agora morre de uma complicação hospitalar. Além disso, outra explicação para o aumento do número de óbitos por complicações médicas nos últimos dois anos se deve ao fato de que o Estado de São Paulo informatizou o sistema, o que leva a mais registros dos casos.
O fato é que a Anvisa está em uma cruzada mundial para reduzir os efeitos adversos em tratamentos médicos e cirúrgicos. Criado há cerca de seis anos, o projeto Sentinela mantém profissionais que acompanham 210 hospitais de ponta de todo o país com o objetivo de melhorar as práticas de atendimento e reduzir as falhas.
A Anvisa afirma que é possível reduzir os riscos com atitudes simples e de custo zero, como a elevação da cabeceira da cama de pacientes internados na UTI com respiração artificial, pois isso evitaria que secreções cheguem aos pulmões e causem, eventualmente, uma pneumonia que o leve à morte.
Toda a sociedade deve estar ciente de que a internação nem sempre é o melhor método. Hospitais cheios e médicos cansados não são uma boa receita. O SUS precisa de um diagnóstico rápido e de um tratamento que o traga de volta à vida.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Morte por complicações médicas aumenta no SUS
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